Luz-solidão

Abro a porta

E me encosto no batente

Para ver a minha cara, e se ela me mostra os dentes

E o que dizer

Se ela vem e me chacoalha

Me retalha, como uma força latente

Que brilha e reproduz

Qualquer coisa tão desconhecida

Que ilumina esse ambiente, até essa luz

E se fecho a porta

Ela vem pelas paredes

Recortando a minha roupa

Com suas unhas e um estilete

Que brilha, via, como brilha

Arrepia minha voz e me reduz

E arrepia, a tua voz e te reduz

E arrepia a nossa voz e nos reduz.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 24/03/2005
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