O PROPRIETÁRIO

Choras porque não acreditas

Que toda a suavidade dessa tarde

É tua.

E que são tuas as margens do lago

Tuas, amado,

As curvas do meu corpo de Vênus.

Se choras, é porque não te insinuas

Pelos sinuosos contornos desse bosque,

Não te embriagas do buquê da minha boca.

Não vês que tudo é teu

E tu és tudo?

São teus os desenganos de Eros,

O relâmpago do riso,

Teus filhos, tuas mortes,

Esses gravetos queimando.

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 27/11/2005
Código do texto: T77268