SABER SEMPRE

No aparelho do canto/pinta a dor e seu encanto

Na curva vil da rua/espalha-se uma ferida crua

No vazio do nosso espanto/fica o homem e seu rebento

Na escura ceia de cada dia/sobra o pé a passo lento.

No canto/espanto

Na rua/a dor nua

Na face/o disfarce

No dia/a falsa alegria.

Na candura de cada dia/espalha-se o resto só da ceia

No escuro vazio do canto/morre calado seu rebento

No dia vil daquela rua/sobra a dor tangente e crua

Na ceia pintada de preto/caminha o homem a passo lento.