Aliterações do hálito

Proletário que se mostra na motoca

É o mesmo que pisa em terra de mutuca

E ele adora metralhar com sua matraca

Ele ama destruir com sua futrica

Ele é dono de um arquipélago de danos

É sobrinho da mulher com sua sombrinha

Fez escola mas não subiu na escala

Ficou sóbrio mas esbarrou na sombra

Todo dia , adia um ato atômico

Releva, se prendendo no relevo

Pra quê levar mentira pra cá?

Sim, sei, saquei

Sentiu fisgar e preferiu sentar

A trapaça escondeu o tropeço

É a vida de um pequinês vadio

Que com cheque compra a coisa chique

Compra a prazo com medo de ser preso

e Vira presa

tentou treinar um português sutil

Dormiu com bafo do bife cru

Levou marmita e escondeu, marmanjo

Esteve próximo a elevar o status

Mas o trambique o tentou, coitado

Até que veio a morte da veia,

o sangue estanca,

e sem estrondo,

A vela se acende

Veio a foice, parou a vida

Aliterações do hábito,

alterações no Édipo:

dois motivos de seu óbito

Mas morreu na marra

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 26/12/2007
Código do texto: T792738