Do luto eterno

Nada se abre,

parece tudo opaco

e fechado.

Parece tudo noite,

Das noites brancas sem luz,

Como o sonho fosse pedra.

O não haver é água,

Um mar indefinido

E frio.

Mas há melodia,

Uma melopeia de dores,

Que encanta a vida,

Desaba-se.

Só a memória arde

Na saudade,

E sobe-se o íngreme da felicidade,

Como um monte sem cume.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 28/12/2007
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