***BEDUÍNA***

Conta-me cigana errante,sem pátria e sem destino.

pára por um instante,deixa aprumo o meu tino.

Tu és mulher do deserto, nunca perdeste uma trilha.

Teu olhar é misterioso é esperto,

E não passas de uma andarilha.

O sol escaldante te doura a face,e teu rastro

na areia apaga com o vento.

Percorres milhas e não arrefece, segues firme

a trilha no intento,

brava guerreira, cigana sem rei.

Mil homens te querem, com apetite voraz,

e quem tu queres, eu não saberei.

Pois a sorte na mão, és tu quem a tras.

Morena dourada de mito e magia, viestes distante

lá da hungria.

Com ervas, unguento e sete sangria

És bruxa, feiticeira e adivinha, Deusa morena

divinamente bela,

Ser imaginário, andante, estradeira,

pareces pintada em aquarela.

Como oásis perdido, ilusório

Te amo, te quero, minha flor pequena,

Entrega-te a mim, Beduína andante

Ardente, misteriosa, sedenta e plena,

com este corpo de areia coberto

Por certo serias tu, a flor do deserto

e eu areia quente,

que não te liberto.

***Rosa Mel***

**28/12/2007**