INDEFINIÇÃO

Nada explica

o que sinto agora.

Há uma inquietude sem fim

e um vendaval

varre todo o meu corpo

deixando minha alma às avessas.

Há sempre um vazio

dentro de mim

que confunde minha cabeça,

que se transforma

em temporal interior.

Há dias de calmaria,

há dias que pareço um vulcão

prestes a explodir.

E nada me completa

porque essa busca indefinida

me deixa numa rua escura,

sem início e sem fim,

num meio termo,

sem chorar ou sorrir,

numa indecifrável procura,

sem chegar ou partir.

E essa indefinição

do que sinto agora

não me deixa escolher

entre o amor e a paixão,

querer e não querer,

acertar ou errar.

Pois se já me acostumei

ao dito e o não dito,

ao começo e ao fim

é porque vai e volta

tudo se repete.

Ah esse estranho desejo

de querer sempre mais.

Não sei se paro ou corro,

se amo ou esqueço

ou simplesmente

peço socorro

a tua alma insensível

para que me complete.

José Nilton Teixeira
Enviado por José Nilton Teixeira em 04/12/2005
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