INDEFINIÇÃO
Nada explica
o que sinto agora.
Há uma inquietude sem fim
e um vendaval
varre todo o meu corpo
deixando minha alma às avessas.
Há sempre um vazio
dentro de mim
que confunde minha cabeça,
que se transforma
em temporal interior.
Há dias de calmaria,
há dias que pareço um vulcão
prestes a explodir.
E nada me completa
porque essa busca indefinida
me deixa numa rua escura,
sem início e sem fim,
num meio termo,
sem chorar ou sorrir,
numa indecifrável procura,
sem chegar ou partir.
E essa indefinição
do que sinto agora
não me deixa escolher
entre o amor e a paixão,
querer e não querer,
acertar ou errar.
Pois se já me acostumei
ao dito e o não dito,
ao começo e ao fim
é porque vai e volta
tudo se repete.
Ah esse estranho desejo
de querer sempre mais.
Não sei se paro ou corro,
se amo ou esqueço
ou simplesmente
peço socorro
a tua alma insensível
para que me complete.