O Escorpião, o peixe e a lua por testemunha.

Soava música inesperada na noite ímpar

Em que a lua lhes caiu abertamente aos olhos

Como cometa despencando em um poço profundo

Sem ensaio de tentar escapar a nado.

A dourada, no céu, então, fremiu

Encantada como uma garotinha

Ao perceber não um simples encontro

Mas um selo de águas ligadas

Por uma chuva de estrelas nascidas

A primeira vez que se tocaram

A lua estremeceu, sobressaltada

Para descobrir na face de um

As mesmas lágrimas que corriam

Na face do outro

Tudo era intenso e livre entre eles

Como correr descalço

Por campos verdes de grama macia

E vinte mil balões de todas as cores

Flutuando sobre suas alegrias

Ambos sabiam

Que podiam voar em torno do mundo.

A lua, na eternidade brilhou feliz

Porque “lar” era

O círculo dos braços em que se acolhiam.

Paula Cury
Enviado por Paula Cury em 05/12/2005
Reeditado em 24/12/2005
Código do texto: T81195
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