Tenebroso

Por favor, alguém abre esse caminho.

Agonia, ser pra sempre alguém sozinho.

Que pureza é essa que me foi dada?

Parece que foi só uma vida amaldiçoada.

Esse ar é só meu, meu, pertence a mim.

Importa se eu quero e isso chegue a um fim?

Atende meu pedido, acaba logo essa história

Deixa-me como quero, em meio à escória.

Me odeio. Esse espelho ridículo.

Vidinha escrota e não chegues perto,

Pois muito perto é impossível.

Ah, meu amigo imaginário,

Você também se foi... Estivestes aqui,

Mas nunca mais te aceito.

Agora me despeço,

Num olhar nada obstante,

Nada triste, de nada choro.

E à merda tudo que tentei,

Acreditei, quis, desejei,

Chorei, rezei, pedi...

Não pedi pra nascer,

Tão puro. Nem rezei,

Assim chorei.

Desejei e quis não ser,

Mas acreditei.

Tentei e sigo assim.

Me ajuda, não posso ser

Só. Sem você, sem alguém.

Sem ninguém.

Pancho
Enviado por Pancho em 06/12/2005
Código do texto: T81805