ESPELHO
ESPELHO
O espelho envelhecido reflete
Manchas de prata oxidada
Qual meus poucos cabelos
A seu derredor desenhos
De minhas crianças
Que também envelheceram
Umas mais outras menos
Faixas etárias distintas
Mas sempre crianças
Para pai e avô
Além disso livros
As pamparras ocupam
Todos os espaços
Neste quadrilátero
Meu mundo
Onde vivo viajando
Por terras em que nunca estive
Sonhando acordado
Bastando fechar os olhos
Ou abrir um volume entre tantos
E descobrir vida e morte
Felicidade e tristeza
Lembranças e saudades
E escrever um texto
Que minimamente
Possa refletir momentos
Que serão eternos
Até a partida