ESPELHO

ESPELHO

O espelho envelhecido reflete

Manchas de prata oxidada

Qual meus poucos cabelos

A seu derredor desenhos

De minhas crianças

Que também envelheceram

Umas mais outras menos

Faixas etárias distintas

Mas sempre crianças

Para pai e avô

Além disso livros

As pamparras ocupam

Todos os espaços

Neste quadrilátero

Meu mundo

Onde vivo viajando

Por terras em que nunca estive

Sonhando acordado

Bastando fechar os olhos

Ou abrir um volume entre tantos

E descobrir vida e morte

Felicidade e tristeza

Lembranças e saudades

E escrever um texto

Que minimamente

Possa refletir momentos

Que serão eternos

Até a partida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 29/11/2024
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