METADE DE MEIO
vejo estes lampos desobrigados
a entrar sem bater às portas ausentes
e a espalhar alegorias pelo hangar
chegam de onde nem sequer sei
sequer provar que são provas
só o pélago, encantador das mãos,
sabe dissolver o manã decantado
e escorre rebeldia pelos dedos
no tempo certo dumas asas
esbanjadas pela pista de vento
entre chegadas e partidas
sou quem chega
sou quem parte
e apenas fico pelo que sobra...
metade de meio
que o outro meio já se foi
chegará o tempo
de fechar viagens
com lacre de não voltar atrás
inteiro
29-11-2024