A Bahia chora

A Bahia chora,

em sua dimensão surreal,

real, irreal, deletéria,

A Bahia cobre-se de lágrimas,

Lágrimas plangentes,

Lágrimas condoidas,

Lágrimas pungentes,

Lágrimas aflitas,

A atormentar-se de cruel

Destino, de tal desdita,

Deplora.

O que no Alto permaneceu,

permanecia,

Por séculos e séculos

inteiros, na Bahia,

Eternos, divinos,

seculares maestria,

Entre soluços profundos

e entrecortados,

sucumbe e jaz agora

envolto em pó,

a mostrar-nos,

nessa liça,

que o tempo

marca seu tempo,

tudo vive e tudo passa,

nesta Bahia mestiça.

O templo, agora vazio,

ouve ressoar no silêncio

incontido das naves,

suas vozes a estrugirem,

suas liturgias e corais,

na eminente Sé

franciscana,

cujo brilho venerais,

Nesta Bahia de agora,

nesta Bahia que chora,

Bahia das Catedrais.

Fátima Trinchão
Enviado por Fátima Trinchão em 06/02/2025
Código do texto: T8258452
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