Nova Tendência

Eu vasculho o mundo que dorme

Embaixo do meu travesseiro,

Eu busco a direita, a esquerda,

De um mundo que acorda o avesso.

Eu trago a busca ora contida, ora escancarada,

Vomito no asfalto quente e esburacado

O Eu regurgitofágico que me alcança.

É como aparar a barba do sistema mesquinho.

Abraço os ais todos do mundo,

Troco tudo por um novo sentido,

A navegar por outros horizontes,

A misturar a saliva cortando

E emendando palavras vivas.

Junto pedaços, faço um todo,

De morte súbita vão-se os retraços

Da linguagem comprometida,

Os traços vivos, são gritos

E choques no palco da vida.

Eu preciso de tempo para salvar o mundo.