"A Face da Tristeza"
E o olhar-embaçado, vidraça turva da alma-presa,
Reflete o nada-dentro, a alegria já-fugida.
Cada suspiro-pesado, um fardo no peito-opresso,
A voz em nó-garganta, a canção silenciada.
O tempo, lento-arrasto, nas horas sem-cor,
Um eco sem-resposta no vão do agora-vazio.
A esperança, chama-tênue, tremulando no horror-escuro,
Um quase-nada-brilho na noite sempre-próxima.
E a mão que treme-frio, buscando um calor-perdido,
No vazio-ao-redor, no toque nunca-achado.
A lembrança, espectro-vago, de um riso já-morrido,
Assombra o instante-presente, o futuro já-nublado.
Assim a face-triste, um mapa da dor-fundada,
Lágrimas, a tinta-sal que escreve a alma-sofrida.
Em cada gota-caída, a história desolada,
De um coração em sombra, da alegria já-fugida.