Aniversário

Eu homenageio o coqueiro

não por ser frondoso e belo

mas por aprender a dançar

com o vento que o impele.

Pois tem suas raízes fundas

fincadas de mar e terra:

raízes que se aprofundam

quanto mais pra cima cresce.

para que o coqueiro possa

ter de mola sua madeira

que se dobra nas tempestades

e ainda assim não se quebra:

para que possa, enfim, florescer

em sua majestade verde

que à brisa oferece sombra

e ainda mata a sede.

Tal símile tem a tua fibra,

na voz, no estar e no jeito:

impressiona pelo ritmo vivo

que tua vida impôs ao tempo.