SOBRE OS DIAS
Sobre os dias
Pelos cantos o mofo de volta
No diário notícias sobre o mundo
Por que será que há tanta pressa lá fora
Se todos somos passageiros aqui
Nas bancas nos bancos as mesmas antigas manchetes
A luta o luto as luzes que iluminam os medos
A chuva que corre o sangue que escorre
A bala carregada do sopro dos inocentes
Uma outra batalha dispara intenções sem motivos
Por trás destas horas cinco sentidos embaralham-se
E os dias envelhecem de tanto esperar por eles
A liberdade como trem que nunca chega
Perdeu-se nas esquinas onde tudo se compra
Multiplica-se no vazio onde a esperança basta a si mesma
E a justiça é velada como pássaros a bailar no firmamento
Há poucas chances entre o bem e o mal
E não há nada de novo sob o mesmo céu