O choro do arrependimento

Um dia eu fui procurar por um amor, que longe de mim estava

Para uma pergunta fazer sobre tudo, quem era, o que procurava

Voltei cabisbaixa e triste, sem resposta, sem esperança, desiludida

Ao descobrir que o amor tinha partido, num vôo distante da vida

Sem pensar me entreguei para um nada, sem guarida chorei

Não pude olhar para a vida que em meus sonhos jazido estava

Caminhei entre espinhos, carregando a cruz voltei sobre o fogo

Que eu mesma ascendia quando o torto da vida me enganava

Demorou, os anos passaram por mim sem verdades, sem luz

Na escuridão encontrei a forma do amor, o paraíso luz da vida

Descobri que era feito de sentimentos raros e sem cobranças

Que o amor era esperança, desejo, realizações, chegada e partida

Abracei a dor, sorri para meu espelho, o que vi trouxe-me vida?

Não! Era minha vida chegando ao fim sem as quimeras

Deixei mil vezes que passasse esquecido por mim o amor

Até que o fim chegasse das tantas encantadoras primaveras

Hoje em meu rosto pálido, as rugas confessam a resistência insana

Feito de pó e lama, assim como a tolice, será meu corpo morto

Digno de pena e desprezo, por não deixar lembranças em vidas

A não ser a verdade explicita, exibida em cárcere para os loucos

Antes de partir devo dizer mais tolices? Ou calo-me como sempre!

Não responda! Não mais agora na morte que me fez ver vida

No encanto do amor que voa, na busca serena do verso autêntico

Que dita lições num mundo, cheio de desgraças, sofrimento e lida.

Branca Tirollo

limaodoce
Enviado por limaodoce em 13/12/2005
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