Acolhida

Calo-te com o calor da minha boca

Com o abraço solitário da minha ternura;

Nunca houve tanta verdade

Em tão pouco silêncio.

Um vale de sentimentos que transborda

Uma ponte que não encontra o outro lado

E um imenso borbulhar de sons

Dentro desse vazio de pessoas e gestos.

Eu desenfreada angústia,

Sem diques, a correr nos corredores da vida

Engulo séculos de esperas, de retorcidos nãos.

Calo-me enquanto curvo-me aos açoites

Mas abro-me inteira de esperanças doces

Para acolher teu sorriso manchado.

Eu ofereço meu ventre cansado

Para receber teus dias tristes

Que cabem em igual leito de solidão.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 16/02/2008
Código do texto: T861923
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