Perpétuo.
Cai um pedaço de noite
No tempo que não entendo
E meu corpo pede o abrigo do teu.
Parece que estamos distantes
Em uma distância que nem existe
E eu choro porque te espero.
Tenho o silêncio dos meus desejos,
Dolorido prazer de imaginar-te versos,
Estes, muito mais teus que meus.
Vôo, sozinha ao teu encontro,
Liberta ave na clausura de um beijo,
Aquele não dado, porém sentido.
Na alma um cetim azul esvoaça,
Remendo de uma vontade sem jeito,
Coisa que só entende o coração noturno.
Cai um pedaço de noite
E eu inocente espera mordo ponteiros.
Hei de matar o tempo. Preciso-te eternidade!
Eliane Alcântara.