Identidade

Talvez eu fosse melhor se ficasse calada,

Mas quem disse que eu quero ser boa?

Talvez fosse menos fácil se eu não pensasse,

Mas não quero ser uma máquina

Quero ter essência, consciência, tendência

Mas sou turbulência, loucura, carência

Ainda assim, melhor do jeito que estou

Que do jeito que os outros estão

Que do jeito que os outros são

Que aqueles que acreditam

Que todo ato é perdição

Se nasci por algum motivo

(se é que existe uma missão)

Vou tentar ouvir os meus instintos

E agir de acordo com a minha incerta vontade

Talvez fosse melhor se ficasse parada,

Mas não quero ser poste, parede ou marco

De estática já basta a rotina

Quero ser sempre menina

Pra brincar de atirar com meu arco

E atingir os outros por bem ou pro mal

Talvez eu fosse normal se não teimasse em escrever,

Mas se não escrevesse me tornaria ainda mais insana

Entre os meus vícios os menos nocivos e mais dolorosos:

pensar e sofrer,

tentar viver,

sentir e escrever...

Deve ser parte do meu ser

a busca do entender

Ou simplesmente perda de tempo

por não poder viver o momento

Mas eu sou minha marca profunda

tatuagem na alma,

cicatriz na minha calma,

Identidade...

Gravada e escondida dentro de mim.

Lua Minguante
Enviado por Lua Minguante em 30/03/2005
Código do texto: T8687
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