VIAGEM
Eu não poderia guardar todos os tesouros
Eu não conseguiria afogar-me na superfície
Às vezes a multidão é meu exílio
E minha alegria é quase triste
As placas não dizem nada
Meu horizonte não é aqui
Por tempestades sem estiada
Por páginas que não chegam ao fim
Eu não sei mais o que sentir
Errante como sou, mareado como era
Calor, frio ou a frieza
Destinos rabiscados no pó ou na pedra
Eu não encontraria o fim procurando outra chance
Eu não deixaria a correnteza vir até mim
De repente somos nobres arruinados
Presos ao barco pronto para partir
Amanhã ou outro dia ,hoje lua -nova
Se a minha força me fez chorar agora
Saiba que a sua ausência ainda me falta
E que o amor habita onde o tempo não mora.
(A escuridão não me deixou dormir
E quando outra manhã de sol raiar
Eu não vou mais fugir de mim)