Veridade

O andar lento

Voz rouca

Arquejado pelo tempo

No ir sem alento

No vir com vontade pouca

Faz do velho ferido

Pelas lutas em vida

Num ente querido.

As recordações alegres

De um tempo quase esquecido

Fomentam em seu ser

Um querer caminhar

Em busca de um momento

Preciosamente guardado

Em suas entranhas

Para resgatar a recompensa

De uma existência estranha

Onde esperanças

Se tornaram lembranças.

O tempo indelével,

Arrastando-o para o fim

De um distante começo,

Pelo homem velho

Parece não ter apreço.

E busca o velho uma tumba

Que mais lhe pareça um berço.

( D'Eu )

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 31/03/2005
Código do texto: T8869