Jogo de palavras...

Jogo de palavras

Todo dia passa-se por elas nesse vai-e-vém contínuo

Quase uma busca frenética

Uma aparente busca de saber, do saber mais, do saber tudo

Como se tudo fosse permitido saber

Nada em troca, é quase uma máxima

O interesse é como um balão solto no ar

Velhas amizades propagando espaços bem pequenos,

Tão pequenos como a própria visão,

Que de tão embaçada, mal enxerga um palmo à frente

O puro jogo, as palavras, o poder, sua busca, uma vontade,

Vontade de entender, o que nem sempre é bem entendido

O mal uso, impróprio como o verbo

Excluindo necessidades, sentimentos, e o que mais pintar

Num quadro frio, sem fibra ou vocação

Implorando pelo espaço, conquistando ou conquistado com unhas,

Com dentes, com medo, medo puro de não querer perder nada

Mesmo que nada se ganhe, que nada se leve, que nada se tenha

A vida não é tudo isso

É muito mais e não percebemos

Falta mais que uma palavra, falta consciência,

Falta essência e paciência, a quase infinita paciência

Sem a qual nem viver se pode

Viver é muito simples, isso já foi dito,

Isso já foi vivido, já foi mais do que escrito

E é a maior verdade, mas ninguém entende.

É mais fácil perceber o inútil, o fútil, o exagero,

Do que perceber a simples entonação da vida

Onde cada palavra, sem jogo, sem vício,

Determina, sem exigências, o prazer de viver,

Onde cada complexo se dilui como a água mais clara

Da límpida visão da lágrima de um choro alegre.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 01/04/2005
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