Detalhe que sangra

Trago comigo um negócio que inflama

Sentado, preciso olhar os que andam

Sentir rasgar, seco e frio

Fazer de um cisco algo pior

Sangrei ao pedir alívio

Pedi curativo

Sangrou tanto que me perdi na tontura

A sensação é a de um sopro cardíaco

Ao mesmo tempo meu pulso responde

A novidade é que os ossos da face

Fazem sobras nos vales, relevos

São pedidos, estragos, realces

Corredeiras, para quem espera um percurso

Um detalhe interessante se espalha

Passa transluzindo a cortina

Sou prático, perene, reclamo

Na prática, sou dono sem posses

E a chama que sobe, um detalhe

Um detalhe

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 01/04/2008
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