Poema XII

Digam que foi mentira, que nunca por aí andei;

nem caminhei pelas ruas da cidade abandonada.

Digam, também, que não fui nada

no tempo que em nós existiu.

Digam, se quiserem, que nunca ninguém me viu

ir pelas tardes acima,

como uma onda anónima morta na praia,

acompanhada pelo eco dos meus passos.

Mas não digam, por favor, que sou tempestiva!

Pois as ondas da manhã são só dos homens,

e eu, foi na porta da noite que, sempre, bati.