Palidez Mórbida

Angélica T. Almstadter

Vela solta sem rumo,

Sem vento e sem porto.

Náufraga do tempo;

Te vira sem prumo,

Suspensa no eixo torto,

Aprendiz de contratempo.

Fiapo de vida,

Ritmo sem melodia,

Baila atrás da cortina,

Tu que abraça fingida

A taça da eucaristia,

Com choro de menina.

A tua nudez castigada,

Mora na libido da boca.

Quem te possui reconhece;

A vastidão perturbada

Por uma louca razão

Placidamente rouca,

Que te segue aflita;

Sem registro nem regras.

Um ninho de paixão,

Há muito te habita;

No refúgio das feras.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 03/04/2005
Código do texto: T9556
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