Haja
Haja versos que não sei
mas, se me sabem, me calam.
De alguns, que sei, me desfaço,
limites, quebro em pedaços.
Versejo em mim sem lei
de mim e da poesia,
aquelas, que talvez estejam
nos canteiros dos jardins,
onde, entre rosas, jasmins
sou, no depurar da essência,
flores que fermentam em mim.
Haja versos que não sei!
Haja a santa paciência,
necessidade, vaidade,
prescrever eternidade
ao derramar poesia,
nestes frascos de agonia!