Quando menos se espera!...

Euna Britto de Oliveira

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Chão sem João,

Visito a casa sem sala de visitas

Onde mora o sonho de sementes de fartura...

Futura descendência,

O nada se vestiu de tudo!

Na base de toda ação humana,

Dinamizando-a – o desejo.

A dor que dói em meu peito me pega de jeito

E refaz a dor de Eva a descaminho do paraíso...

Sofro, sim, da condição humana.

Percorrem-me as emoções da terra com semente

E da terra sem semente...

Sou uma verdade,

Não uma mentira.

Quem me tira do meio do salão de festas

Onde não há festa, nem gente,

Só silêncio?...

Solidão, cura-se com carinho.

Carinho cura também chatice, esquisitice, burrice

Que acompanham a solidão...

Hoje, amanheci com o pé direito – fiz bem feito o feijão, a carne, o arroz ...

E a torta de nozes que desentorta

Os passos tontos do rapaz que procura a paz...

Palavras tortas enviezam o momento que seria direto, direito,

E perdem-se no labirinto de frases mal construídas, mal entendidas,

Nas relações destruídas,

Nas infinitas vontades de encontrar e preservar a alma-gêmea...

As coisas boas da vida chegam quando menos se espera!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 02/05/2008
Código do texto: T971072