Despojada.

Visto rosas negras nas mãos

Para seus pensamentos sugarem

Pouco de mim,

Conhecimento que o escapa.

Afasto pétalas, abro botões,

Retiro espinhos noturnos,

Engano sem jeito seu luar.

Sou cadeia de sonhos,

Campo de esperas, céu ventado,

Rio sem curvas, perigo sem mar.

É dia de olhar adiante

E não vesti o tecido do ontem

Para que não se ponha a lamentar.

As horas passam perdidas

E minha boca, profana liberdade,

É viagem ao mesmo ponto

De onde a louca acena ao sonhar.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 12/01/2006
Código do texto: T97968