OUTONO DO SER

o outono

me obscurece.

meu sono cresce

em alma agreste,

sonhos confusos

trêmulos, difusos.

folhas secas

sem uso, tecem

desilusões de um verão

campestre, ainda em prece.

apressada estou para o inverno,

este subterfúgio do inferno pagão.

que venha desnudo,

apesar do sobretudo

que me veste.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 05/04/2005
Código do texto: T9875