Passos nus - Aisha

Em qual momento tirei os sapatos

deixando os passos inquietos no frio que traz o vento...

Um pensamento refeito ou outra forma de vida qualquer,

riso e lamento, desenhos em relevo salientando o mar que

destemido e invasor possui as areias que marcam seu tempo.

Viria o destino pela estrada em solo gemido

guardando no seio o prumo que equilibra o bem e o mal,

assim estaria o menino sentado a margem do sonhado caminho

mostrando nas mãos o ouro tingido pelo sangue dos que se foram,

rei maltrapilho ainda ditando as regras esquecidas pelo próprio funeral.

Volta e vê, sonha e crê, marca o nome na lápide que traz o passo,

amanhece na morte que anuncia vida, inexistência do absolutismo

otimizado pelo grito abstruso que guarda em si o falso poder de ser,

perfaz a guerra pela camuflada voz que soa suave em nome da paz,

na mentira se mantém em ereta hipocrisia, aleivoso existencialismo.

Aisha
Enviado por Aisha em 18/05/2008
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