Ouvindo o vento

Enquanto eu ouvia o vento
Da sacada de meus devaneios
O mar bramia inquieto
Procurando acalento

Há nesse momento
Uma quase solidão em mim
Às vezes úmida, às vezes árida
Que me incomoda e sacoleja
Pra lá a pra cá, por caminhos
Retorcidos pelo tempo

No alto de minha abstração
Chegam-me todos os sentimentos
Visionário, me vejo de todos os prismas
Sustentado como um mamulengo
Por um definhado fio de sentimento