Nada blues.

Som de nuvem caindo nas telhas

O céu sopra algo nada parecido com blues

Parece som de presságio, ou algo menos trágico

As janelas se debatem, enquanto os céus se partem

Em degradeés de azul

Como se fosse um subterfúgio

Pra correr pro lado contrário

Fugir de casa rumo à tempestade

A chuva é um refúgio

E hoje não existe horário

Porque você está farto

De olhar pro teto do seu quarto

Nauseado

E ver tudo girar

Mesmo parado

E do discurso pervertido da televisão

Que jorra sangue na sala

E tenta te enfiar no cu

O novo superproduto de espremer limão

Então você sai

E se não tem amor, procura uma garrafa

E se tem, procura duas

O cumulo nimbo avisa que as estrelas são suas

Que hoje o céu não tem lua

Que hoje o que lhe resta é a rua.