VELHICE

VELHICE

No opaco dos velhos olhos

Acumuladas brumas

Grossas cobertas

De invernos superpostos.

A carne fria já não diz da lâmina

De palmas amantíssimas.

O sangue já não jorra

Encachoeirada volúpia -

Em silêncio goteja:

E o gotejar é o contar das horas

E o despetalar de luas

Brancas, íntimas.

Ousasse o sol transpor

Tantas cortinas!

Tênues grânulos

De ampulheta infinda

Solidificam-se no eterno sono

De acumuladas brumas opalinas

Cynthia Colares
Enviado por Cynthia Colares em 13/04/2006
Código do texto: T138661