O SINO QUE TOCA
O SINO QUE TOCA
Longe avisto um campanário branco.
Ao longe toca o sino como o destino.
Que sina é essa? Há vida naquela esquina.
A lógica é retratável desde que seja a minha.
Sempre caminho na corda bamba e no samba.
Sou equilibrista e malabarista nos versos.
Reflito no claro e no escuro pressinto a luz.
Coabito em meus pensamentos obscuros.
Sou um alabrasto frágil, cuidado posso quebrar.
O sino faz pensar! Então toquem o sino.
Coordeno as idéias e elas me conduzem ao som.
Acasalo minhas palavras numa rima absurda.
Invento estrofes sem prerrogativas à La carte.
Meu riso soa como um timbre de voz plácida.
Derreto icebergs identificados pelos fluxos.
Recomendo cautela ao me ler sem atenção.
Evito palavras estranhas ao meu vocabulário.
Mesmo assim o sino ecoa nesse mesmo tempo.
Não suporto a hipocrisia e a falsidade, mas...
O que fazer diante dessa ação, senão ir além.
O que fazer senão agasalhar-me contra esse fato.
De fato a verdade é como um sino que badala.
Vem na hora certa, como vem nas incertas.
Prenúncio de notícias boas ou más! Um aviso.
Soraia