Um dia de primavera

Ergue-se o sol como flor

No campo azul porcelana

E refulge em minha alma

A tangível harmonia

gentil, consumada e pura!

espelhando o céu, flui o rio.

As flores ainda promessa

Abrem-se à luz qual bandeira

De paz, de amor e esperança.

Um periquito pequeno

Delicadamente cuida

Do seu amigo Caturro

Com tanto esmero e ternura

Que me quedo em mudo espanto

Ah, o amor! É um segredo

No vento vai delirando

Brilha em cada recanto

A vida fulge de encanto

Mas o humano no engodo

sufoca o tesouro alado

no íntimo cofre cerrado!

Maria Petronilho,

26/5/2004