Soneto da alma...

Versar, conversas, embora sem sorte, sem morte, emfim.

Sou uma gaivota de volta ao mar...sem ar, sem par...mas sonorizando,

Nos passos do vento, engolindo peixes, e livre....

Com a alma em prantos, mas solene...

Retraída, embebida...em versos tristes, assim...firme...

No trajeto da calma, mas mansa...mesmo ferida...

Na taça brilhante, que rodopia...na utopia...

De martírios...indecorosamente...perversos..

E com a alma envolta nesses enlevos..tão práticos...

e burocráticos...eu cresço...vendo a armadilha..

Eu navego na colina do mar mas trémulo e rezo

Nas palavras frias desse soneto largado..

Na falta do passado, do gemido, do tom..

E do afago de um pai...fecundamente...eterno

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 16/04/2010
Código do texto: T2201745
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