Caminhos que maltratam...

Hoje acordei um pouco triste, indiferente comigo e com as coisas comuns,

Talvez eu não saiba mais sorrir e nem queira me esforçar para isso.

Um olhar cansado e distante reflete no espelho, que olho com receio,

O medo de estar realmente sofrendo de amor.

Os sintomas são sempre os mesmos, mas meu coração persiste em seguir, em vão.

Não tenho mais ânimo nem novas idéias para colocar em prática, apenas quero entregar os pontos, pois sei que não dá mais.

Olho pra trás e observo o quanto caminhei, lutando sozinho e sem sinais de vitória, aí me desfaleço em lágrimas e me curvo diante da derrota.

Os passos curtos e lentos marcam uma nova fase, talvez a mais difícil, onde farei de tudo para te esquecer.

Ainda que eu tenha percorrido todo este trajeto, mendigando a sua atenção, sei que agora tenho que percorre-lo de volta, apagando as lembranças que por ele eu criei.

Expectativas não alcançadas, medos não superados, desejos não realizados. Assim fiz meu caminho. Os sonhos perdidos no vão da noite e a luz do luar beijando as montanhas era minha única companhia naquele calvário de lágrimas que percorri.

Os propósitos que segui não me levaram a lugar algum, nem ao menos sei no que me transformei. Apenas sofro as frustrações que me causei, num objetivo traçado mas sem planejamentos.

Meu sorriso foi arrancado de meus lábios, meu coração dilacerado, minha vida se perdeu nos caminhos da ilusão e dos falsos sonhos.

Quanta lamentação pode existir num ser humano frustrado e sem esperanças de dias melhores. Cavando o túmulo dos decepcionados no final do caminho e encerrando meu trajeto marcado por laços negativos e impiedosos, vou perdendo forças. Me desfalecer naquele quadrado simétrico, limitado a sentir o cheiro da terra e ouvir o silêncio sussurrando no meu ouvido, sobre a luz da escuridão é o futuro certo.

Então me entrego àquela dor que maltrata um ser já calejado pela dor e sofrimento e nos últimos suspiros posso sentir seu cheiro, que ficou guardado na memória, naqueles dias felizes e raros que vivi ao seu lado. Então fecho meus olhos e me entrego as coisas vãs. O sangue perde a força e meu coração já não consegue me sustentar. Então é chegada a hora de ir embora e todas as lembranças, deixar.

Paulo Junior Massi
Enviado por Paulo Junior Massi em 09/11/2006
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