Caligrafia Suja

Eu, cidadão da fúria,

Do calor escaldante

Que espelho luxúria

Mas sou ébrio viajante

(pois poeta é sem lar,

sem vida, sem amante)

Vim tão somente para deixar

Alguns versos dos quais antes

Não ousaria ditar

- eram só meus os diamantes -

Mas no instante do calar

Ouvi me velando os distantes

Então eu, cidadão desta cidade,

Que passam rua como páginas

Deixei nos muros vaidades

Pra quem quiser lavar

Com lágrimas.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 17/04/2012
Código do texto: T3617580
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