Poetamos
Tua sombra que a sondar me assombra
Quando desprovida vago eu por tórridos jardins
Corrompendo máscaras
Destoando dores
A divagar me impele
Logo nua de pele excedida em cores
Rubramente inteira febril fendo a noite
Num cárcere de almas apenas pincelando sonhos
Almejando tempo amado e maldito
Insensatez de torpe mecanizada
E badalada e cuspida
Impelida ao meu corpo e a minha sorte...
Sonolenta já sem algum destino
Sua imagem invertida e libertina
Em banquete de dúbia felicidade
Vem a mim e em afagos beija-me a fronte
Não resistindo com as almas já burladas
A prosear poetamos.