Flores do asfalto

Enquanto tu concentras o olhar plácido ao horizonte,o mundo tece teias

perversas de inequívocos sonhos sombrios que não desvanecem aos primeiros raios de sol.

Pequenina que és,ó frágil mulher, precoce, que o mundo insiste em tornar-te adulta.

Daquele útero fora expulsa e lançada ao tormento da fúria lancinante de criaturas torpes e vis como nau sem leme ,sem vela...

Frágil flor despetalada ao contentamento de mãos despreparadas de cultivo,de coleta,de safra,de rendimento...

És semente lançada ao solo,fluido orgânico,seiva que o sol e a chuva

enriquecem ao teu contentamento,alheia a força bruta dos algozes...