Em algum canto a Seriema
Em seu marrom em vocalização
De uma estrofe longa, estridente e aflautada,
Deixa seu som de risada
Como a comemorar o fim de um dia apaziguada.

Arara-azul-grande, Papagaio-verdadeiro
Periquitão-maracanã, Pomba-galega
Se preparam para se recolher desarmam
Enquanto Coruja-da-igreja, ou suindara
Desperta para um alimentar jornada.

Terra vermelha solta ao vento
Amarelo de uma estrela em movimento
Chega ao momento
Laranja que aos olhos beira
Desce na mata sempre seca
Cheia de vida e beleza

Pera-do-campo, Murici
Cagaita, Pequi
Araticum, mangaba
Frutas para os bicos desta estrada
Que ora no silêncio explora
No pôr de sol laranja chora.

Nas margens do Paranoá
Cotiarinha, Jacaré-tinga,
Cágado-de-barbicha, Cuíca-d ’água,
Além da capivara
Preparam-se para olhar caladas.

O casal deixa de beijar
Larga a vara verde de bambu
Cascudo, tambaqui
Tilápia, Carpa
Tucunaré, Bagre e Traira,
Tem seu momento de fleuma
Quando se põe tenra ou celeuma
Luz laranja que queima
Neste sopro de beleza
Para quem sabe olhar.

Antônio C Almeida