ABISMO DE ROSAS (Poetizando sobre uma música)
Caminhava, perdi-me, em ínvia via encontrei-me. Com olhos semi-cerrados penetrei o mundo dos sonhos encantados. O aroma de rosas, o fresco e tênue ar, delineou-te a imagem. Pele cérea e nívea, negros cabelos sedosos balouçando ao sopro de inexistente brisa e lábios carminados de rósea textura. Eu flutuava em pós de ti, deslizando na névoa rarefeita. Súbito, em profundo abismo mergulhei mas o fundo constituído por um tapiz de rosas macias amorteceu-me a queda; e lá estavas, mágica flor, fitando-me com hipnótico olhar e lábios desenhados por indefinido sorriso. Dominou-me um langor, tua sombra fugidia envolvi, mas tudo dissipou-se nesse abismo de rosas...