Sentença
Procuro-te.
Todos os dias.
Em qualquer brisa que entra desavisada pela janela.
Compulsivamente te busco.
Sinto minha falta no teu coração.
E dói. Dói a ausência, dói o silêncio.
Dói a sentença, reverberando na escuridão.
Não seja poeta.
Não olhe a vida de viés.
Não deixe fluir as palavras que vêm sem pré-intenções, apenas chegam e se transformam em poemas...
Não crie a partir das imagens que teus olhos sentem.
Não crie a partir dos sentidos que as imagens trazem.
NÃO SEI NÃO SER POETA.
Os teus Nãos calaram minha alegria.
Mas os colibris insistem em pairar nas minhas janelas.
Deixar-me-ei expurgar todas as dores.
É preciso tempo, entendimento e resignação para romper os sonhos tão sonhados.
Para sufocar esse amor que bravamente resiste e quer lutar.
É inútil. Tuas chagas não cicatrizaram.
Recusaste os unguentos que te trouxe, envoltos em pétalas de rosas.
Não permitiste a entrega, que poderia fazer-nos transcender.
Dói a sentença em mim, talvez também no algoz.
Dia desses ameniza. Poesia ajuda a plantar sementes de placidez...
Calmaria ajuda a alma a adormecer em paz...
Haverá o dia em que me levantarei para caminhar.
............................................................
Nota: Este é simplesmente um poema. Não reflete uma experiência pessoal mas sim o registro de observações cotidianas do sentimento humano e seus desdobramentos, sob o olhar da poesia.