Sentença

Procuro-te.

Todos os dias.

Em qualquer brisa que entra desavisada pela janela.

Compulsivamente te busco.

Sinto minha falta no teu coração.

E dói. Dói a ausência, dói o silêncio.

Dói a sentença, reverberando na escuridão.

Não seja poeta.

Não olhe a vida de viés.

Não deixe fluir as palavras que vêm sem pré-intenções, apenas chegam e se transformam em poemas...

Não crie a partir das imagens que teus olhos sentem.

Não crie a partir dos sentidos que as imagens trazem.

NÃO SEI NÃO SER POETA.

Os teus Nãos calaram minha alegria.

Mas os colibris insistem em pairar nas minhas janelas.

Deixar-me-ei expurgar todas as dores.

É preciso tempo, entendimento e resignação para romper os sonhos tão sonhados.

Para sufocar esse amor que bravamente resiste e quer lutar.

É inútil. Tuas chagas não cicatrizaram.

Recusaste os unguentos que te trouxe, envoltos em pétalas de rosas.

Não permitiste a entrega, que poderia fazer-nos transcender.

Dói a sentença em mim, talvez também no algoz.

Dia desses ameniza. Poesia ajuda a plantar sementes de placidez...

Calmaria ajuda a alma a adormecer em paz...

Haverá o dia em que me levantarei para caminhar.

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Nota: Este é simplesmente um poema. Não reflete uma experiência pessoal mas sim o registro de observações cotidianas do sentimento humano e seus desdobramentos, sob o olhar da poesia.

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 15/09/2019
Reeditado em 15/09/2019
Código do texto: T6745558
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