BORBOLETA BRANCA

Pensando na ingenuidade de Casemiro de Abreu,

poeta romântico fluminense

Uma borboleta branca

voa pela estrada.

Parado, vejo-a

a brincar

por entre as flores do campo.

Meu pensamento

se perde,

voa como a borboleta branca.

Porém sou triste.

Não sou alegre

como a borboleta branca

que voa.

Ela parece um pedacinho de papel

levado pelo vento.

Há vida naquele ser.

Parece que só eu percebo isto.

Ninguém olha

uma borboleta branca

voando pela estrada.

NMT.

Escrito em Mangaratiba, em 1989.

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 09/11/2005
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