CORAÇÃO AFLITO

Meu protesto

contra a poluição na Baía de Guanabara

O sol joga partículas de ouro

sobre a Baía de Guanabara.

São 17 h.

O ônibus corre na Ponte Rio-Niterói,

enquanto meu coração aflito

não vê a hora de chegar em casa.

Homens rudes

pescam em águas poluídas.

Uma lancha segue para Niterói;

outra, vem de Paquetá.

Rio de Janeiro, Duque de Caxias,

Magé, Itaboraí, São Gonçalo

e Niterói

despejam toneladas e toneladas diárias de detrito

na Baía de Guanabara;

o bastante para encher dois maracanãs

por dia.

Da Ponte Rio-Niterói

vejo o Cristo Redentor,

na cidade do Rio de Janeiro.

Olho para o final da Baía

e vejo o Dedo de Deus,

na cidade de Magé,

lembrando para onde vamos.

Se é que vamos para lá.

Não tenho vontade de morrer agora.

Tenho pressa de amar

todas as mulheres.

NMT.

Nelson Marzullo Tangerini
Enviado por Nelson Marzullo Tangerini em 09/11/2005
Código do texto: T69260