O Contraste da Vida

Em meio àquele grotesco cenario de morte

Onde almas gritam e espiritos choram

Corpos falecidos com a carne apodrecida,

O lago parece um espelho, refletindo a lua cheia.

Suas águas escuras e geladas nao mentem

Todas as vidas que ali foram perdidas

Tornaram-no assombrado e amaldiçoado

O musgo parece ter vida própria

Cobrindo toda a sua beleza cristalina...

Ali, em meio ao nada, paira uma unica alma viva

Sobre a folha que desliza sobre o lago

Uma rosa se encolhe contra si mesma

Teus traços delicados e suaves

Em meio aos tortuosos troncos da floresta

Teu verde vivo e sua calmaria

Parecem confrontar com o negrume

Que sente o grito desesperado

De dor dos que se perderam nas trevas...

Toda a beleza daquele sepulcro eterno

Se resumindo em uma única rosa

Que sozinha, entre as brumas,

Enfeitiça a todos os que a veêm.

Inclusive aquele morcego,

Que sempre se refugia em meio

Aos negros braços da floresta,

Se escondendo da vida e da morte.

Ele então,voa em sua direção,

Tão ferozmente quanto se fosse uma presa,

E, não resistindo ao seu caulo verde vivo,

Perfura-a com seus dentes,

Sugando toda sua seiva, e toda a sua vida...

(...)

A rosa morre, e se perde nas profrundezas do lago,

A nossa infeliz criatura das trevas voa em sua direção

Querendo salvá-la dele mesmo,

Mas acaba tendo sua vida sugada também

Pelas águas do maldito lago.

O pântano se perde então nas trevas,

Sem o contraste da vida,

E sem o perfume da rosa.

Died Prophet
Enviado por Died Prophet em 20/11/2005
Código do texto: T73815