O Contraste da Vida
Em meio àquele grotesco cenario de morte
Onde almas gritam e espiritos choram
Corpos falecidos com a carne apodrecida,
O lago parece um espelho, refletindo a lua cheia.
Suas águas escuras e geladas nao mentem
Todas as vidas que ali foram perdidas
Tornaram-no assombrado e amaldiçoado
O musgo parece ter vida própria
Cobrindo toda a sua beleza cristalina...
Ali, em meio ao nada, paira uma unica alma viva
Sobre a folha que desliza sobre o lago
Uma rosa se encolhe contra si mesma
Teus traços delicados e suaves
Em meio aos tortuosos troncos da floresta
Teu verde vivo e sua calmaria
Parecem confrontar com o negrume
Que sente o grito desesperado
De dor dos que se perderam nas trevas...
Toda a beleza daquele sepulcro eterno
Se resumindo em uma única rosa
Que sozinha, entre as brumas,
Enfeitiça a todos os que a veêm.
Inclusive aquele morcego,
Que sempre se refugia em meio
Aos negros braços da floresta,
Se escondendo da vida e da morte.
Ele então,voa em sua direção,
Tão ferozmente quanto se fosse uma presa,
E, não resistindo ao seu caulo verde vivo,
Perfura-a com seus dentes,
Sugando toda sua seiva, e toda a sua vida...
(...)
A rosa morre, e se perde nas profrundezas do lago,
A nossa infeliz criatura das trevas voa em sua direção
Querendo salvá-la dele mesmo,
Mas acaba tendo sua vida sugada também
Pelas águas do maldito lago.
O pântano se perde então nas trevas,
Sem o contraste da vida,
E sem o perfume da rosa.