Silêncio do Vale
No vale em que o vento murmura,
há um silêncio que pesa no ar.
A solidão, como sombra segura,
caminha comigo sem se afastar.
Os rios cantam canções esquecidas,
o céu se curva em tons de cinza e azul.
Mas na alma, as horas perdidas
se aninham no frio da noite que é sua.
As folhas dançam sem par nem destino,
ao som de um mundo que não me vê.
Cada pedra guarda o desatino
de quem espera sem saber por quê.
As flores desabrocham sem testemunha,
sob o olhar de um sol distraído.
E eu, na quietude que me importuna,
sou só mais um galho caído.
Mas, às vezes, o eco responde,
como se ouvisse minha canção.
E no vazio que a solidão esconde,
encontro a paz de ser só, mas são.