Silêncio do Vale

No vale em que o vento murmura,

há um silêncio que pesa no ar.

A solidão, como sombra segura,

caminha comigo sem se afastar.

Os rios cantam canções esquecidas,

o céu se curva em tons de cinza e azul.

Mas na alma, as horas perdidas

se aninham no frio da noite que é sua.

As folhas dançam sem par nem destino,

ao som de um mundo que não me vê.

Cada pedra guarda o desatino

de quem espera sem saber por quê.

As flores desabrocham sem testemunha,

sob o olhar de um sol distraído.

E eu, na quietude que me importuna,

sou só mais um galho caído.

Mas, às vezes, o eco responde,

como se ouvisse minha canção.

E no vazio que a solidão esconde,

encontro a paz de ser só, mas são.

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 18/01/2025
Código do texto: T8244019
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