Bucolismo Cartesiano
Junto ao mugir dos bois, sibila o vento
Ao passar entre as palhas do coqueiro.
Um bem-te-vi avoa tão ligeiro,
Que deixa para trás meu pensamento.
A lira do Poeta sente o cheiro
Das flores, que enfeitam a manhã,
E ouve o canto triste do acauã,
Que parece agorar o mundo inteiro.
A poesia acorda e, de repente,
Traduz para o poeta o que sente,
Ao abraçar os dons da natureza.
O Poeta ordenha a poesia,
Ao mugido dos bois, E vê, e cria...
E consegue pensar com mais clareza.