Auschwitz

No caminho de lama de verde ladeado

De álamos esguios e pálidos, na chuva fria,

O passo que me levava era lento e espaçado ...

Para nada olhando mas tudo vendo, eu seguia.

O braço quase roçando o arame – farpado ...

Ali, perto do muro, as balas detonando ...

Ouvi em cada esquina vermelha um grito não dado ...

E vi-os na forca ao sabor do vento balançando ...

Naquela sala, uma vela no chão de cimento ...

A pálida chama os restos do gás não queimou !

Ainda cheira a lágrimas e a preces que não vivi ...

Foi ali que num segundo, num breve momento,

O peso da culpa que não tive me esmagou !

E, de alma nua, com eles sufoquei, com eles morri !

Auschwitz, 25/04/04

Cri
Enviado por Cri em 19/06/2005
Reeditado em 19/06/2005
Código do texto: T25930